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Pedro Otavio Pereira, Advogado
Pedro Otavio Pereira
Comentário · há 3 anos
Boa tarde, excelente matéria.
Advogo há praticamente 20 anos, percebo que as novas safras de advogados que estão vindo ao mercado dificultam em muito cobrar um valor digno.
Tive exemplo recente onde um cliente de alto potencial me contratou para elaborar um parecer e fechar um valor para o inventário.
Pois bem, cobrei o que considerei justo para a monta do trabalho. O valor foi de R$ 25.000,00,, pois se tratava de um espólio superior a 6 dígitos, 6 herdeiros diretos e 2 por representação.
Apresentado a proposta, recebi uma contraproposta de R$ 8.000,00, pois um colega advogado ofertou, mas como o meu know-how era maior, minha estrutura era fixa enquanto o outro ainda nao tinha um endereço fixo por ter pouco tempo de advocacia... que se eu aceitasse cobrir o valor, me daria o trabalho.
Claro, agradeci e o desejei sorte.
Não concordo em fazer feira com meus valores de honorários, eu honro cada centímetro, posso até parcelar no cartão ou boleto, mas não reduzo, pois sei do trabalho que dá.
Fatalmente, quem trabalha por valores irrisórios, trabalha mau, trabalha insatisfeito e acaba por fim abandonando tudo e vai para outra área.
Quando se cobra abaixo do valor do serviço, o advogado se desqualifica, prejudica aos profissionais que vivem da advocacia, desmoraliza toda a categoria.
Creio que a OAB deveria ser severa e exigir contratos de honorários juntados aos autos e aplicar punições para aqueles que causam prejuízos aos colegas, até mesmo por concorrência desleal.
Sem falar dos grande escritórios que pagam de R$ 17 a R$ 30 reais para os audiencistas, isso é quase escravid~so.
Então, sugiro aos colegas para que valorem, utilizem da matemática correta para não ficar a mercê do seu real valor.
Obrigado pela disponibilização da matéria.
Pedro Otavio.
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Pedro Otavio Pereira, Advogado
Pedro Otavio Pereira
Comentário · há 7 anos
Interessante, tem uns 10 anos que não aceito barganhas com clientes, faço meu valor em relação ao tempo estimado, volume de trabalho, gasto pessoal, desgaste pessoal quando se trata de mais de um interessado.
Eu parcelo em várias vezes, mas em regra não costumo abaixar o preço, até por questão de ética.
Comprei uma máquina de cartão de crédito, e quando o cliente insiste muito, eu ofereço a opção de parcelar no cartão.
Assim, desta forma consigo manter os clientes.
Até porque tem colegas que cobram valores irreais para realizar alguns procedimentos profissionais.
Como exemplo, um cliente me ligou, marcou, cobrei pela consulta, e dei meu preço, R$ 58.000,00 + 2% do apurado para fazer um inventário com três herdeiros, sendo que um deles era contrário ao condomínio.
Passado dois dias, o mesmo cliente me liga e diz o seguinte:
Doutor, lhe conheço há mais de 10 anos, mas vou fazer com outro colega do senhor, pois ele me cobrou R$ 4.500,00 de entrada e mais 3% ao fim, mas se o senhor fizer por esse valor eu fecho.
Eu deseje-lhe boa sorte, pois com terrenos espalhados pelo estado, provavelmente o colega que tomou o serviço vai levar no mínimo 5 anos, viajar para outro estado entre outros intempéries da profissão.
O problema não é o preço em si, mas a prostituição moral da nossa categoria. Assim, como muitos colegas que se submetem a fazer audiência para os grandes escritórios a R$ 10, 15 e 20 reais, o que é um absurdo.
Vale a dica que meu falecido sempre me deu: com o perdão da palavra, "quem se curva de mais, deixa a bunda de fora".
Abraço a todos.
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